Hércules Barsotti / Willys de Castro

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O mestre das cores

 

Em meados dos anos 1950, Hércules Barsotti se desinteressa pela cópia da natureza e passa a realizar desenhos abstrato-geométricos com nanquim.

Nesses trabalhos, feitos a partir de 1953, divide a superfície em formas geométricas regulares, delineadas por linhas negras, de larguras e direções diferentes. 

Em 1954, Barsotti abre escritório de projetos gráficos com Willys de Castro. A ligação com Willys e o contato com uma lógica industrial de trabalho aproximam-no ainda mais das poéticas concretas. A objetividade peculiar do concretismo, no entanto, só aparece em sua pintura a partir de 1957. 

 Em 1958, Barsotti parte para Europa, lá estuda e visita Itália, Suíça, Espanha e Portugal. Durante a viagem o pintor conhece Max Bill, que será decisivo em sua pintura.

 

 “Não estou interessado em planos pilotos para minha arte nem pretendo aderir à moda do momento” dizia ele. “Sigo meu trabalho calmamente”. Uma calma que se traduziu na busca das cores perfeitas, das cores ideais, da combinação distante da regra imposta pela época.

Barsotti foi, por princípio, um colorista. Amava as cores, as criava, brincava com elas numa época em que a supremacia da razão sobre a sensibilidade autorizava apenas o uso das cores primarias no movimento concretista em São Paulo. “Cor é cor e acabou. Eu nunca tive esse problema com a cor que eles tinham”. 

Ao contrário, além do branco e preto suas telas tinham infinitas matizes de azuis, vermelhos, lilases, amarelos,  recortados por outras cores contrastantes em telas de diversos formatos construindo um universo singular geométrico e uma simplicidade característica, marcas de sua obra. 

A faculdade de química forneceu as bases, o artista deu vida às cores que saiam de seus pincéis transformando sua arte em alegria, sensibilidade, sutileza e delicadeza.

Coisa que o faz ser considerado um dos maiores coloristas da arte brasileira

 

Paula Secchi Marques da Costa